domingo, 27 de fevereiro de 2011

Crise/Tunísia: Mohamed Ghannouchi "Decidi demitir-me da minha função de primeiro-ministro"

The-Tunisian-Prime-Minister-Mohamed-Ghannouchi-on-1-January-2011-Mohamed GhannouchiLuanda - O primeiro-ministro tunisino, Mohamed Ghannouchi, anunciou hoje a sua demissão, após vários dias de protestos e violência na capital da Tunísia, dos quais resultaram pelo menos três mortos.

"Decidi demitir-me da minha função de primeiro-ministro", afirmou Ghannouchi durante uma conferência de imprensa em Tunes, acrescentando: "não serei o primeiro-ministro da repressão".

Mohamed Ghannouchi assumiu  um Governo de transição após a queda, a 14 de janeiro, impulsionada por pressão popular, do Presidente Ben Ali.

"Não sou do género de pessoa que vá tomar decisões que possam provocar vítimas", disse, após anunciar a sua demissão.

Os confrontos decorridos no sábado no centro da capital tunisina, que envolveram polícias emanifestantes, provocaram pelo menos três mortos e dezenas de feridos.

Também hoje, Tunes foi palco de novos confrontos entre jovens e forças policiais, depois daviolência de sábado ter provocado três mortos, noticiaram jornalistas da France Presse.

Com 'slogans' hostis ao governo de transição, os contestatários, reunidos em pequenos grupos, tentavam avançar na avenida Habib Bourguiba em direção ao Ministério do Interior. A polícia disparou tiros para o ar e lançou granadas de gás lacrimogéneo.

A avenida Habib Bourguiba, no centro de Tunes, foi no sábado palco de violentos confrontos entre asforças da ordem e manifestantes.

O Ministério do Interior indicou que três pessoas morreram nos confrontos e que vários elementos das forças de segurança ficaram feridos. Foi também anunciada a detenção de mais de 100 pessoas no sábado. Na véspera já tinham sido detidas 88 por atos de vandalismo.

O governo atribui estes atos a "um grupo de agitadores que se infiltrou nas fileiras de manifestantes pacíficos e que se serve de jovens estudantes como escudos humanos para se entregar a atos de violência com o intuito de espalhar o terror entre a população e visando asforças de segurança".

Para muitos tunisinos, a polícia continua a simbolizar a repressão do regime do presidente ZineEl Abidine Ben Ali, afastado do poder a 14 de janeiro.

Lusa & GL

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