Navio Maerks Constellation aparentemente transportava 5 contentores, não declarados no manifesto, com munições anti-aéreas…
Luanda - As autoridades angolanas apreenderam um navio americano no porto do Lobito, que transportava material de guerra, alegadamente com destino ao Quénia - soube a Voz da América.
Uma fonte do Executivo angolano revelou hoje, à Angop, em Luanda, que os Serviços de Inteligência e de Segurança do Estado e a Polícia Nacional detectaram munições de armas anti-aéreas, no interior do navio norte-americano denominado Maersk Constellation, que se encontra no Porto de Lobito, na provincía de Benguela.
Um porta-voz da embaixada dos Estados Unidos em Luanda disse "ter conhecimento de que a tripulação de um navio comercial, com bandeira americana, atracado no porto do Lobito, foi detida por razões que têm que ver com questões aduaneiras."
O cargueiro Maersk Constellation, navegando sob pavilhão dos Estados Unidos, transportava - entre outra carga - bens alimentares do governo americano para assistência humanitária às escolas de Benguela.
Segundo uma fonte da Voz da América, os armadores apresentaram às autoridades locais um manifesto indicando que a carga humanitária era soja, destinada à ONG sul-africana JANO Internacional.
O porta-voz da embaixada disse que a ajuda "destinada a Angola já foi descarregada" e que se trata de "produtos agrícolas para crianças em idade escolar na província de Benguela proveniente do Departamento da Agricultura ao abrigo do programa Merenda-Escolar."
as na inspecção do navio, para além da soja, também foram encontrados cinco contentores com munições para armas anti-aéreas, que a tripulação disse destinar-se às Forças Armadas do Quénia - e não estavam declarados no manifesto.
O porta-voz da embaixada disse saber, através de contacto com as autloridades angolanas, "que há no navio outras mercadorias destinadas a outros países".
Fontes da Voz da America disseram que navio partiu do porto de Lake Charles, no estado de Louisiana, e fez uma escala em Dakar, tendo chegado ao Lobito no dia 28 de Fevereiro, descarregando, nesse dia, a assistência alimentar americana. O material de guerra posteriormente encontrado a bordo foi descarregado para uma unidade militar em Benguela.
O navio ficou detido juntamente com os seus 23 tripulantes dos quais 20 (incluindo o capitão Stancil Jason) são americanos. O Maersk Constellation, que viaja sob pavilhão americano, e os tripulantes estão detidos enquanto decorrem as averiguações.
"As autoridades locais apropriadas estão a dar o devido tratamento a esta situação", adianta o porta-voz americano, sublinhando reconhecer "a legitimidade do Governo Angolano de fazer cumprir os regulamentos aduaneiros".
A VOA continua à espera de uma explicação do armador, Maersk Lines. Uma porta-voz da empresa disse que o armador está a par da detenção do navio, mas não deu esclarecimentos, nomeadamente quanto à proveniência das munições, em que porto foram embarcadas, a quem se destinavam, e porque razão não constavam do manifesto de carga.
Com Gazeta, VOA News, Agências
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