O download começou por ser ilegal, só depois é que a indústria apostou neste mercado
A previsão confirmou-se, o ano ainda não chegou ao fim e só nos Estados Unidos já foram feitos mais de mil milhões de downloads legais de músicas. Até ao final de Dezembro, estima-se que o número ascenda aos 1040 milhões.
A Nielsen SoundScan, um sistema de informação que segue as vendas de música e vídeos nos EUA e no Canadá, já tinha previsto em Abril deste ano que 2008 ia ver ultrapassada a barreira psicológica dos mil milhões de downloads (o billion inglês).
A cada ano que passa, o formato físico de venda de músicas – o Compact Disc (CD) –, vai sendo cada vez menos comprado. Entre 2000 e 2007 a venda de CDs caiu 45 por cento, e prevê-se que a queda vá continuar ao ritmo de oito por cento a cada ano. Ao mesmo tempo o negócio virtual de música aumenta sete por cento anualmente.
Segundo o El País, em 2007 as vendas de música digital nos Estados Unidos alcançaram 1275,5 milhões de dólares (892 milhões de euros) de um negócio total de 10.370 milhões de dólares (7250 milhões de euros), apenas 12,3 por cento das vendas. Mas, de acordo com as tendências, estima-se que em 2011 esta percentagem passe para metade.
Número um
Este ano o recorde foi para o single de Leona Lewis, Bleeding Love, que vendeu 3,3 milhões de cópias online nos Estados Unidos, ficando no topo das músicas mais vendidas este ano. A cantora britânica já tinha feito história em 2006 quando foram feitos 50.000 downloads da música A moment like this em apenas meia hora.
Os dados disponíveis até agora mostram que as 200 músicas mais vendidas totalizam cerca de 17 por cento do número de cópias online adquiridas durante o ano decorrente nos Estados Unidos.
Mesmo com o crescimento da compra online, que só conta com registos a partir de 2003, a indústria discográfica não tem um futuro risonho. Segundo os dados da consultora Forrester Research em 2013 o total das vendas da indústria discográfica norte-americana será de 9200 milhões de dólares (6400 milhões de euros), menos 1100 milhões de dólares (76 milhões de euros) do que se espera para este ano.
A música, a televisão, o cinema e a imprensa sofrem todos do mesmo mal: apesar de verem crescer o negócio na Internet, no geral, as vendas caem de ano para ano.
Publico.pt/Agências
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